Tragédia na Região de Encontro do Leito

04/06/255

O último dia 30 trouxe horror, mas o amanhecer revelou a força de um povo que se recusa a ser vencido pelo medo. O brutal ataque de um urso negro — ou algo que se fazia passar por um — deixou marcas profundas em nossa comunidade, mas também despertou uma onda de solidariedade que ilumina os corações.

Sira, de apenas 17 invernos, é a única sobrevivente de sua família. Resgatada por aventureiros que a encontraram desmaiada em sua casa, em condições de risco, a jovem descreveu com voz trêmula os momentos finais de sua família.

"Ele... não era natural," sussurrou, enxugando lágrimas com as mangas do vestido emprestado. "Seus olhos queimavam, e seu pelo tinha manchas como carne apodrecida. Quando quebrou a porta, eu... eu vi ele arrancar o pequeno Edric dos braços de minha mãe como se fosse um brinquedo de palha."

O detalhe mais perturbador veio depois: entre os rosnados da fera, uma voz humana sibilou ordens: "Vá, não deixe nada para trás. Vamos descobrir o que esse frasco vermelho faz."

Mas esta não é apenas uma história de terror. É um testemunho da resiliência de Encontro do Leito.

Enquanto as autoridades (que garantem ter capturado o responsável), conduzem suas investigações, a cidade transformou sua dor em ação. No Templo, onde Sira se recupera, as Fiandeiras da Rua do Luar teceram um manto para aquecer a jovem. Os padeiros fazem pães com mel toda manhã para ela. Crianças deixam bonecos de musgo e flores de lumina — símbolos de renovação — à porta do templo

Na última visita, encontramos Sira sentada no jardim do templo, acariciando uma coroa de ervas deixada por órfãos que conhecem sua dor. Quando perguntada sobre o futuro, ela surpreendeu:

"Minha mãe dizia que a dor é como a maré — vem forte, mas sempre recua. Um dia... um dia vou plantar um jardim onde era nossa casa. Com flores que atraiam borboletas, não ursos."

Enquanto os sinos do entardecer soam, lembramos: monstros podem vagar nas sombras, mas a luz de uma comunidade unida jamais se apagará.